Receitas inclusivas: meu laboratório de amor por Manuela

Raquel Rodarte

Em 2013, descobrimos que nossa primogênita, Manuela, havia desenvolvido Diabetes Mellitus Tipo 1, e a descoberta nos deixou devastados. Inicialmente, não tínhamos conhecimento sobre o diagnóstico e nossa vida virou de ponta cabeça.

Ela ainda era bebê, com apenas 2 anos de idade, e nós, Ivan e eu, pais de primeira viagem, naquele momento aguardávamos a chegada dos gêmeos com 6 meses de gestação.

Passamos pela internação para aprendermos a cuidar de Manu. De exame em exame, descobrimos também que Manuela desenvolveria a doença Celíaca. E voltamos para casa com mais um diagnóstico a ser estudado. Com o tempo, aprendemos que além dos cuidados em manter nossa Pequena Valente viva, deveríamos privá-la também do contato com o glúten.

Desde então, nossa cozinha passou a ser um laboratório de experiência devido à pouca oferta de produtos sem glúten nos mercados em São Paulo na época.

Fui arriscando a mudar receitas e transformar os sabores. Inicialmente, não foi fácil, mas nunca desisti de melhorar ainda mais a textura, o sabor e o aroma de tudo que eu fazia para Manu.

Ocorreram muitos erros, procurei técnicas com o Curso de Gastronomia, aprendi a reformular as receitas, fiz alguns cursos extracurriculares para ampliar meus conhecimentos e descobri alguns substitutos para o principal vilão que é o trigo.

E oito anos se passaram no meu laboratório e hoje, com orgulho e coragem, compartilho com vocês minhas receitas que são populares, caseiras, inclusivas e feitas com muito amor.

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